Os burros sempre foram encarados como parentes pobres dos cavalos. Conotados como animais pouco inteligentes, a verdade é que estes equídeos têm mesmo a audição, a visão e o olfacto mais desenvolvidos do que os cavalos.
São as orelhas grandes que mais caracterizam fisicamente o burro, mas desenganem-se aqueles que pensam que é mau ter orelhas de burro. Devido ao comprimento e ao facto de conseguir rodar as orelhas na direcção do som, o burro consegue captar os sons em maior quantidade e qualidade, fazendo com que tenha uma excelente audição. A visão do burro é panorâmica o que lhe permite ver o que se passa atrás dele. Para além disso, tem uma óptima visão nocturna. O olfacto não fica atrás e pensa-se que é um dos sentidos mais importantes neste animal.
Ao contrário dos cavalos, os burros não tendem a fugir em pânico quando se sentem assustados. Mais facilmente param e permanecem imóveis a estudar como melhor agir. Aliás, este comportamento valeu-lhes a alcunha de teimoso, pois enquanto não tiver chegado a uma conclusão sobre o que fazer, é quase impossível fazer o burro andar. Mas este instinto para se manter imóvel e estudar a situação é um instinto de sobrevivência. O burro só age quando tem a certeza de que não corre perigo.
Para além disso, o burro gosta de manter contacto com humanos e desenvolve verdadeiros laços com o dono, chegando a urrar para o cumprimentar, quando sente a falta dele.
Se um dos sinais de inteligência é a vontade de brincar, então os burros são bastante inteligentes. Se não lhes for dado algo com que se distrair, o burro faz de qualquer objecto a sua diversão.
Sinal de inteligência é também todo o percurso do burro. Este animal aprende com facilidade, embora o treino do burro deva ser diferente do do cavalo. Devido a essa facilidade de aprendizagem, já desempenhou várias tarefas e sobreviveu em climas difíceis, com pouca comida e sem abrigos. Agora o seu maior desafio é não cair em extinção.
Pensa-se que o burro terá sido domesticado ainda antes do cavalo, na Idade do Bronze, havendo também vestígios dessa domesticação no Egipto Antigo. Não se sabe ao certo quando o burro terá chegado à Península Ibérica, mas acredita-se que o burro tenha sido sempre um animal de trabalho. Os seus factores de popularidade foram a sua resistência, força, baixo custo em relação ao cavalo e maior adequação à agricultura transmontana, o seu baixo peso leva a que não exerça tanta pressão sobre os solos de cultura e a sua baixa estatura faz com que a passada não danifique tanto as culturas.
Mas o burro não foi apenas um animal de carga ou tracção. A carne do burro também era utilizada na culinária; o leite de burra é procurado não só para alimento mas também para a indústria cosmética; e a pele era utilizada para fabricar vários produtos, desde calçado a instrumentos musicais.
Nas últimas décadas, as várias utilidades que o burro teve ao longo do tempo estão a cair em desuso. Em Portugal, o problema tem ganho mais expressão através do Burro Mirandês. Tal como muitas outras raças por todo o mundo, a mecanização da agricultura veio por o burro no desemprego. Para além disso, em Portugal, a emigração que se fez sentir nos anos 60, roubou gente nova aos campos e deixou os idosos sem condições para trabalhar a terra ou criar burros. Nos burros, as consequências foram o envelhecimento das fêmeas e a redução do número de machos inteiros, já que os castrados são mais obedientes e trabalhadores.
A aposta no turismo parece ser a única opção para recuperar as raças nos países desenvolvidos, apesar de em muitos sítios, sobretudo nos EUA, o burro ser mantido exclusivamente para companhia.
Passeios de burro, alimentar burros, utilização de burros em festas populares para manter a tipicidade estão-se a tornar cada vez mais populares. Outra utilização mais recente é a do burro como auxiliar de terapia junto de crianças com deficiências e não só, também junto de hiperactivos, pessoas com paralisias, etc. A ideia surgiu nos anos 70, com algumas vantagens em relação ao cavalo, pois o burro é mais calmo e alguns dirão até, mais inteligente.
in arcadenoe.com
São as orelhas grandes que mais caracterizam fisicamente o burro, mas desenganem-se aqueles que pensam que é mau ter orelhas de burro. Devido ao comprimento e ao facto de conseguir rodar as orelhas na direcção do som, o burro consegue captar os sons em maior quantidade e qualidade, fazendo com que tenha uma excelente audição. A visão do burro é panorâmica o que lhe permite ver o que se passa atrás dele. Para além disso, tem uma óptima visão nocturna. O olfacto não fica atrás e pensa-se que é um dos sentidos mais importantes neste animal.
Ao contrário dos cavalos, os burros não tendem a fugir em pânico quando se sentem assustados. Mais facilmente param e permanecem imóveis a estudar como melhor agir. Aliás, este comportamento valeu-lhes a alcunha de teimoso, pois enquanto não tiver chegado a uma conclusão sobre o que fazer, é quase impossível fazer o burro andar. Mas este instinto para se manter imóvel e estudar a situação é um instinto de sobrevivência. O burro só age quando tem a certeza de que não corre perigo.
Para além disso, o burro gosta de manter contacto com humanos e desenvolve verdadeiros laços com o dono, chegando a urrar para o cumprimentar, quando sente a falta dele.
Se um dos sinais de inteligência é a vontade de brincar, então os burros são bastante inteligentes. Se não lhes for dado algo com que se distrair, o burro faz de qualquer objecto a sua diversão.
Sinal de inteligência é também todo o percurso do burro. Este animal aprende com facilidade, embora o treino do burro deva ser diferente do do cavalo. Devido a essa facilidade de aprendizagem, já desempenhou várias tarefas e sobreviveu em climas difíceis, com pouca comida e sem abrigos. Agora o seu maior desafio é não cair em extinção.
Pensa-se que o burro terá sido domesticado ainda antes do cavalo, na Idade do Bronze, havendo também vestígios dessa domesticação no Egipto Antigo. Não se sabe ao certo quando o burro terá chegado à Península Ibérica, mas acredita-se que o burro tenha sido sempre um animal de trabalho. Os seus factores de popularidade foram a sua resistência, força, baixo custo em relação ao cavalo e maior adequação à agricultura transmontana, o seu baixo peso leva a que não exerça tanta pressão sobre os solos de cultura e a sua baixa estatura faz com que a passada não danifique tanto as culturas.
Mas o burro não foi apenas um animal de carga ou tracção. A carne do burro também era utilizada na culinária; o leite de burra é procurado não só para alimento mas também para a indústria cosmética; e a pele era utilizada para fabricar vários produtos, desde calçado a instrumentos musicais.
Nas últimas décadas, as várias utilidades que o burro teve ao longo do tempo estão a cair em desuso. Em Portugal, o problema tem ganho mais expressão através do Burro Mirandês. Tal como muitas outras raças por todo o mundo, a mecanização da agricultura veio por o burro no desemprego. Para além disso, em Portugal, a emigração que se fez sentir nos anos 60, roubou gente nova aos campos e deixou os idosos sem condições para trabalhar a terra ou criar burros. Nos burros, as consequências foram o envelhecimento das fêmeas e a redução do número de machos inteiros, já que os castrados são mais obedientes e trabalhadores.
A aposta no turismo parece ser a única opção para recuperar as raças nos países desenvolvidos, apesar de em muitos sítios, sobretudo nos EUA, o burro ser mantido exclusivamente para companhia.
Passeios de burro, alimentar burros, utilização de burros em festas populares para manter a tipicidade estão-se a tornar cada vez mais populares. Outra utilização mais recente é a do burro como auxiliar de terapia junto de crianças com deficiências e não só, também junto de hiperactivos, pessoas com paralisias, etc. A ideia surgiu nos anos 70, com algumas vantagens em relação ao cavalo, pois o burro é mais calmo e alguns dirão até, mais inteligente.
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