O obscuro processo que tem envolvido o Canil Municipal da Guarda, pondo esta estrutura municipal na boca de muitos que até então desconheciam a sua existência, seria uma promissora fonte de anedotário não estivéssemos nós perante o sofrimento de seres vivos, no caso, cães e gatos, que de formas diversas são recolhidos em esta estrutura municipal.
Quando um suposto líder tem conselheiros para determinados temas e não questiona o interesse particular desses mesmos conselheiros, corre o risco de aceitar como certas indicações incorrectas e tendenciosas, podendo ver-se como o paladino de situações eticamente condenáveis.
O discurso de defesa presidencial baseia-se no importante trabalho do canil na protecção da saúde pública, agora com destaque especial para as campanhas da raiva.
Quanto à raiva, e sendo esta uma doença de elevada mortalidade que se transmite ao homem pela mordedura de cão contaminado, saberá o sr Presidente, e sem por em causa a importância das campanhas anuais de vacinação, que em Portugal a doença é considerada oficialmente erradicada desde 1956?
Ouvir o sr Presidente em plena Assembleia Municipal valorizar o trabalho do canil no que concerne à vacinação anti-rábica e identificação electrónica, faz crer que desconhece os normativos legais que regem estes e outros assuntos relacionados. As campanhas da raiva são da exclusiva responsabilidade da Direcção de Veterinária, estrutura do Ministério da Agricultura, não sendo incumbência das autarquias promover as ditas campanhas tal como a autarquia da Guarda nunca o fez. É a Direcção de Veterinária quem fornece todo o material necessário, sendo de zero o custo e o benefício financeiro para a autarquia.
Não é obrigatório ser o veterinário municipal o executor de dita campanha e se na grande maioria dos concelhos acaba por ser este técnico a realizá-la, facilmente se compreende o porquê sabendo-se que por cada cão vacinado na campanha, dos 4,40 € cobrados ao dono do animal, 3,51 € revertem para o veterinário executor, sendo este valor de 4,0 € quando se trata de colocar o chip num cão, chip esse também ele fornecido pela Direcção de Veterinária, a custo zero para a autarquia. Sabendo-se que no concelho da Guarda existem mais de 3000 cães, basta fazer as contas para perceber como as campanhas anuais da raiva e de identificação electrónica são apetecíveis para quem as faz, se bem que no caso a autarquia não seja um dos intervenientes.
Certos discursos deixam de fazer sentido, quando repletos de palavra-chave mas desprovidos de ideais clarificadas. Não é a vertente educativa uma das pedras basilares para a resolução preventiva de problemas? Será que fornecer bases educacionais às populações para o problema dos animais abandonados, não é uma forma preventiva do abandono e do aumento de animais errantes? Este papel de prevenção não defenderá a longo prazo e de forma duradoura a saúde pública?
Ou será unicamente defesa da saúde pública os mais de 10 000 € que todos os anos entram nos bolsos de certos intervenientes, alguns deles auferidos no horário de serviço, em instalações municipais, com apoio de funcionários autárquicos?
E assim se enche a boca e se fala de saúde pública por terras da Guarda…
Quando um suposto líder tem conselheiros para determinados temas e não questiona o interesse particular desses mesmos conselheiros, corre o risco de aceitar como certas indicações incorrectas e tendenciosas, podendo ver-se como o paladino de situações eticamente condenáveis.
O discurso de defesa presidencial baseia-se no importante trabalho do canil na protecção da saúde pública, agora com destaque especial para as campanhas da raiva.
Quanto à raiva, e sendo esta uma doença de elevada mortalidade que se transmite ao homem pela mordedura de cão contaminado, saberá o sr Presidente, e sem por em causa a importância das campanhas anuais de vacinação, que em Portugal a doença é considerada oficialmente erradicada desde 1956?
Ouvir o sr Presidente em plena Assembleia Municipal valorizar o trabalho do canil no que concerne à vacinação anti-rábica e identificação electrónica, faz crer que desconhece os normativos legais que regem estes e outros assuntos relacionados. As campanhas da raiva são da exclusiva responsabilidade da Direcção de Veterinária, estrutura do Ministério da Agricultura, não sendo incumbência das autarquias promover as ditas campanhas tal como a autarquia da Guarda nunca o fez. É a Direcção de Veterinária quem fornece todo o material necessário, sendo de zero o custo e o benefício financeiro para a autarquia.
Não é obrigatório ser o veterinário municipal o executor de dita campanha e se na grande maioria dos concelhos acaba por ser este técnico a realizá-la, facilmente se compreende o porquê sabendo-se que por cada cão vacinado na campanha, dos 4,40 € cobrados ao dono do animal, 3,51 € revertem para o veterinário executor, sendo este valor de 4,0 € quando se trata de colocar o chip num cão, chip esse também ele fornecido pela Direcção de Veterinária, a custo zero para a autarquia. Sabendo-se que no concelho da Guarda existem mais de 3000 cães, basta fazer as contas para perceber como as campanhas anuais da raiva e de identificação electrónica são apetecíveis para quem as faz, se bem que no caso a autarquia não seja um dos intervenientes.
Certos discursos deixam de fazer sentido, quando repletos de palavra-chave mas desprovidos de ideais clarificadas. Não é a vertente educativa uma das pedras basilares para a resolução preventiva de problemas? Será que fornecer bases educacionais às populações para o problema dos animais abandonados, não é uma forma preventiva do abandono e do aumento de animais errantes? Este papel de prevenção não defenderá a longo prazo e de forma duradoura a saúde pública?
Ou será unicamente defesa da saúde pública os mais de 10 000 € que todos os anos entram nos bolsos de certos intervenientes, alguns deles auferidos no horário de serviço, em instalações municipais, com apoio de funcionários autárquicos?
E assim se enche a boca e se fala de saúde pública por terras da Guarda…