Lembra-se de Scooby-Doo, o medroso herói dos desenhos animados de Hanna-Barbera? Pois ele será um dos mais célebres exemplares da raça, muito embora a coragem desta mereça um outro retrato. Neste caso, quantidade também é sinónimo de qualidade.
Origem
Sempre que se discute a origem de uma raça de cães de grande porte, uma região do planeta e apenas uma acaba sempre referida: Tibete. No tecto do mundo — como também é designa da —, em épocas que escapam aos registos históricos, e sob um rigoroso e gélido clima, desenvolveram- se cães gigantes e possantes, ainda hoje designados por Mastins Tibetanos e que se acredita estarem na base genética de todas as raças grandes conhecidas, na qual, obviamente, se inclui o Dogue Alemão, também conhecido como Grand Danois (grande dinamarquês, em português). No rasto da verdade, não devem ser deixados de fora os Molossos Romanos, irmãos de armas das legiões romanas que ocupavam a região da Germânia, actual Alemanha, onde se terão cruzado com raças de cães de guarda, de guerra e de caça autóctones. Tanto a versão tibetana como a germânica corroboram a sua possível veracidade com factos. A primeira, tem do seu lado escritos chineses datados de 1121 a.C., onde se descrevem cães de trabalho com as características que ainda hoje a raça mantém, e que se terão depois disseminado por todo o continente europeu, pela mão de gregos e fenícios. A segunda, é atestada por baixos- relevos de 3000 a.C. que figuram em monumentos egípcios e outros artefactos descobertos em templos babilónicos e que são em tudo idênticos a cães de trabalho do séc. XVIII.
A raça é assídua no Guiness, livro de records, devido à sua altura
História
Muitos factores contribuíram para o desenvolvimento do Dogue Alemão, principalmente para a manutenção do seu porte, em épocas onde os animais eram parceiros de trabalho e não apenas animais de estimação. Dada a sua robustez, tamanho e resistência, estes cães eram utilizados pelos soldados na guerra — Átila, rei dos Hunos, terão bem como alguns reis europeus utilizado molossos em algumas das suas batalhas. A caça grossa era outra das suas funcionalidades. Espalhados pelo território europeu, onde acabaram por se cruzar com diferentes raças locais, estes cães não perderam o porte gigante, que, já no período renascentista, se adequava à caça ao javali, ao veado e ao urso, altura em que era designado por cão de caça ao javali, Boar Hound ou English Dog e caçava em matilhas numerosas. Talvez devido ao clima ou a outros factores coadjuvantes, foi na Dinamarca que, no séc. XVIII, o naturalista francês Conde de Buffon encontrou alguns dos maiores exemplares da raça, a qual passou a designar por Grand Danois ou Mastim Dinamarquês. Por seu turno, a nobreza germânica empenhou-se, nos séc. XVII e XVIII, na criação destes cães (sem recurso a linhagens inglesas e irlandesas), moldando e até reduzindo a sua corpulência, mas mantendo-lhe as patas altas, que melhor acompanhariam o trote dos cavalos nas caçadas. Os exemplares mais vistosos deixavam os canis para serem animais de companhia dos seus donos, beneficiando de uma melhor alimentação e de muitos luxos e privilégios. O estadista alemão Otto von Bismarck é tido como um dos grandes impulsionadores do Dogue Alemão, apresentado pela primeira vez, em 1863, numa exposição em Hamburgo, de onde saíram os primeiros padrões da raça, mas não sem controvérsia. Havia quem defendesse o perfil dos cães de caça grossa e quem preferisse um cão mais elegante, do tipo que hoje conhecemos. Fala-se mesmo em duelos de morte na defesa de cada uma das variantes, uma mais germânica e outra mais anglo-saxónica, distinção que não seria alheia às sensibilidades políticas da altura e que até hoje poderá estar na base das muitas designações da raça: Alano, para os italianos; Grand Danois, para os países de influência anglo-saxónica, onde Portugal se incluía; e Dogue Alemão, para os germânicos, que desta forma reforçam a sua recusa em aceitar que a raça tenha na sua origem sangue que não apenas germânico. Em Portugal, a raça dá pequenos mas sólidos passos, tendo, nos últimos dez anos suscitado maior interesse e procura.
O Dogue Alemão é também conhecido por Grand Danois
Morfologia
Em todos os aspectos e mais algum, este é um grande cão: 79 a 92 cm de altura (podendo chegar aos 100 cm) e 50 a 80 quilos de peso. Pertence a uma das maiores raças de cães do mundo, precedido pelo Irish Wolfhound, raça que consegue ser mais alta. De crescimento rápido, ele alcança toda a sua majestosidade e im ponência ao cabo do primeiro ano, mas a maturidade chega apenas um ano depois. Ou seja, terá um cão que pode ultrapassar o metro de altura com comportamentos de cachorro durante dois anos. Mas ele é um gigante gentil e de extrema elegância, não obstante a sua imponência. A cabeça e o olhar são expressivos, os lábios volumosos e o nariz largo. As orelhas e a cauda, proporcionalmente grandes, são de inserção alta e o seu corpo forte e musculado, o que é denunciado desde logo pelo pescoço. As patas dianteiras querem-se rectas e os pés arredondados com dedos curtos. Curto é um adjectivo que se aplica apenas ao seu pêlo, espesso e brilhante. No que respeita à cor da pelagem, a raça divide-se em três grupos, dentro dos quais se devem manter exclusivos os cruzamentos: dourado e tigrado; azul e preto azul; e arlequim e preto arlequim.
Temperamento
A nobreza do seu aspecto físico encontra eco no seu carácter amigável. Também aqui, são generosas as doses de amor, afecto e carinho que dispensa aos donos, sendo particularmente ternurento e cuidadoso com crianças. Tudo muda perante estranhos, junto dos quais se mostra bem mais reservado e, se confrontado com situações de perigo, é corajoso e temerário. Razão pela qual é um bom cão de guarda, muito embora apenas o seu tamanho sirva como elemento dissuasor. Alguns desvios de comportamento podem resultar em cães medrosos, que têm no lendário Scooby-Doo, um bom exemplo. São, por norma, cães tranquilos, amistosos e inteligentes, que convivem bem com outros cães de igual ou diferente porte. Tirará partido de todos os seus atributos se o treinar desde cedo, ensinando-lhe que lugar ocupa na matilha/família. Devido ao seu tamanho, pode aspirar à liderança. Não deixe que isso aconteça. Comece por nunca se colocar em situação de submissão, ainda que inconsciente, como seja colocar-se abaixo da altura do cão (sentado ou deitado no chão), ou deixando que ele o morda, ainda que na brincadeira. Quanto maior é o animal, mais importante é que obedeça às suas ordens.
Também no que toca à afectividade, esta raça peca por excesso
Prós e Contras
Espaço — Exige, obviamente, muito espaço e necessita de bastante exercício físico, não sendo indicado para apartamentos ou donos com vidas demasiado sedentárias.
Tempo — Nenhum cão deve ser deixado sozinho o dia todo, muito menos um Dogue Alemão. Atenção e supervisão são necessárias para evitar stress, desvios de comportamento, solidão e tristeza.
Água — Deve ser trocada amiúde devido à excessiva salivação.
Comedouro e bebedouro — Devem ser colocados à altura do pescoço do cão, para evitar malformações das patas dianteiras e problemas de postura.
Torção gástrica — Devido ao seu longo estômago, esta é uma das causas de morte desta raça. Não deve ter comida à disposição nem refeições muito fartas, sendo preferível doseá-las em maior número de refeições e seguindo um horário rigoroso.
Piso — Raças grandes exigem pisos ásperos, para que não escorreguem nem necessitem de posturas alternativas e incorrectas para conseguirem um equilíbrio estável. Um piso áspero permite-lhes ainda o constante desgaste das unhas, as quais, quando demasiado grandes, podem provocar- lhes feridas nos dedos.
Cama — Por serem muito pesados, podendo chegar aos 80 quilos, a cama deve ser macia para evitar a formação de calosidades nos cotovelos, joelhos e quadris.
Problemas ósseos — O seu crescimento rápido implica supervisionamento, de preferência do médico veterinário, a fim de detectar e prevenir problemas ósseos.
Acauteladas estas questões, está livre para desfrutar de um cão soberbo. Grande em todos os sentidos.
COLOSSAL
Curiosamente, o actual detentor do título de maior cão do mundo, George, é um Dogue Alemão norte-americano, que mede uns impressionantes 1,09 m (entre patas e ombros) e pesa 111 quilos.
Fonte: Instinto
Origem
Sempre que se discute a origem de uma raça de cães de grande porte, uma região do planeta e apenas uma acaba sempre referida: Tibete. No tecto do mundo — como também é designa da —, em épocas que escapam aos registos históricos, e sob um rigoroso e gélido clima, desenvolveram- se cães gigantes e possantes, ainda hoje designados por Mastins Tibetanos e que se acredita estarem na base genética de todas as raças grandes conhecidas, na qual, obviamente, se inclui o Dogue Alemão, também conhecido como Grand Danois (grande dinamarquês, em português). No rasto da verdade, não devem ser deixados de fora os Molossos Romanos, irmãos de armas das legiões romanas que ocupavam a região da Germânia, actual Alemanha, onde se terão cruzado com raças de cães de guarda, de guerra e de caça autóctones. Tanto a versão tibetana como a germânica corroboram a sua possível veracidade com factos. A primeira, tem do seu lado escritos chineses datados de 1121 a.C., onde se descrevem cães de trabalho com as características que ainda hoje a raça mantém, e que se terão depois disseminado por todo o continente europeu, pela mão de gregos e fenícios. A segunda, é atestada por baixos- relevos de 3000 a.C. que figuram em monumentos egípcios e outros artefactos descobertos em templos babilónicos e que são em tudo idênticos a cães de trabalho do séc. XVIII.
A raça é assídua no Guiness, livro de records, devido à sua altura
História
Muitos factores contribuíram para o desenvolvimento do Dogue Alemão, principalmente para a manutenção do seu porte, em épocas onde os animais eram parceiros de trabalho e não apenas animais de estimação. Dada a sua robustez, tamanho e resistência, estes cães eram utilizados pelos soldados na guerra — Átila, rei dos Hunos, terão bem como alguns reis europeus utilizado molossos em algumas das suas batalhas. A caça grossa era outra das suas funcionalidades. Espalhados pelo território europeu, onde acabaram por se cruzar com diferentes raças locais, estes cães não perderam o porte gigante, que, já no período renascentista, se adequava à caça ao javali, ao veado e ao urso, altura em que era designado por cão de caça ao javali, Boar Hound ou English Dog e caçava em matilhas numerosas. Talvez devido ao clima ou a outros factores coadjuvantes, foi na Dinamarca que, no séc. XVIII, o naturalista francês Conde de Buffon encontrou alguns dos maiores exemplares da raça, a qual passou a designar por Grand Danois ou Mastim Dinamarquês. Por seu turno, a nobreza germânica empenhou-se, nos séc. XVII e XVIII, na criação destes cães (sem recurso a linhagens inglesas e irlandesas), moldando e até reduzindo a sua corpulência, mas mantendo-lhe as patas altas, que melhor acompanhariam o trote dos cavalos nas caçadas. Os exemplares mais vistosos deixavam os canis para serem animais de companhia dos seus donos, beneficiando de uma melhor alimentação e de muitos luxos e privilégios. O estadista alemão Otto von Bismarck é tido como um dos grandes impulsionadores do Dogue Alemão, apresentado pela primeira vez, em 1863, numa exposição em Hamburgo, de onde saíram os primeiros padrões da raça, mas não sem controvérsia. Havia quem defendesse o perfil dos cães de caça grossa e quem preferisse um cão mais elegante, do tipo que hoje conhecemos. Fala-se mesmo em duelos de morte na defesa de cada uma das variantes, uma mais germânica e outra mais anglo-saxónica, distinção que não seria alheia às sensibilidades políticas da altura e que até hoje poderá estar na base das muitas designações da raça: Alano, para os italianos; Grand Danois, para os países de influência anglo-saxónica, onde Portugal se incluía; e Dogue Alemão, para os germânicos, que desta forma reforçam a sua recusa em aceitar que a raça tenha na sua origem sangue que não apenas germânico. Em Portugal, a raça dá pequenos mas sólidos passos, tendo, nos últimos dez anos suscitado maior interesse e procura.
O Dogue Alemão é também conhecido por Grand Danois
Morfologia
Em todos os aspectos e mais algum, este é um grande cão: 79 a 92 cm de altura (podendo chegar aos 100 cm) e 50 a 80 quilos de peso. Pertence a uma das maiores raças de cães do mundo, precedido pelo Irish Wolfhound, raça que consegue ser mais alta. De crescimento rápido, ele alcança toda a sua majestosidade e im ponência ao cabo do primeiro ano, mas a maturidade chega apenas um ano depois. Ou seja, terá um cão que pode ultrapassar o metro de altura com comportamentos de cachorro durante dois anos. Mas ele é um gigante gentil e de extrema elegância, não obstante a sua imponência. A cabeça e o olhar são expressivos, os lábios volumosos e o nariz largo. As orelhas e a cauda, proporcionalmente grandes, são de inserção alta e o seu corpo forte e musculado, o que é denunciado desde logo pelo pescoço. As patas dianteiras querem-se rectas e os pés arredondados com dedos curtos. Curto é um adjectivo que se aplica apenas ao seu pêlo, espesso e brilhante. No que respeita à cor da pelagem, a raça divide-se em três grupos, dentro dos quais se devem manter exclusivos os cruzamentos: dourado e tigrado; azul e preto azul; e arlequim e preto arlequim.
Temperamento
A nobreza do seu aspecto físico encontra eco no seu carácter amigável. Também aqui, são generosas as doses de amor, afecto e carinho que dispensa aos donos, sendo particularmente ternurento e cuidadoso com crianças. Tudo muda perante estranhos, junto dos quais se mostra bem mais reservado e, se confrontado com situações de perigo, é corajoso e temerário. Razão pela qual é um bom cão de guarda, muito embora apenas o seu tamanho sirva como elemento dissuasor. Alguns desvios de comportamento podem resultar em cães medrosos, que têm no lendário Scooby-Doo, um bom exemplo. São, por norma, cães tranquilos, amistosos e inteligentes, que convivem bem com outros cães de igual ou diferente porte. Tirará partido de todos os seus atributos se o treinar desde cedo, ensinando-lhe que lugar ocupa na matilha/família. Devido ao seu tamanho, pode aspirar à liderança. Não deixe que isso aconteça. Comece por nunca se colocar em situação de submissão, ainda que inconsciente, como seja colocar-se abaixo da altura do cão (sentado ou deitado no chão), ou deixando que ele o morda, ainda que na brincadeira. Quanto maior é o animal, mais importante é que obedeça às suas ordens.
Também no que toca à afectividade, esta raça peca por excesso
Prós e Contras
Espaço — Exige, obviamente, muito espaço e necessita de bastante exercício físico, não sendo indicado para apartamentos ou donos com vidas demasiado sedentárias.
Tempo — Nenhum cão deve ser deixado sozinho o dia todo, muito menos um Dogue Alemão. Atenção e supervisão são necessárias para evitar stress, desvios de comportamento, solidão e tristeza.
Água — Deve ser trocada amiúde devido à excessiva salivação.
Comedouro e bebedouro — Devem ser colocados à altura do pescoço do cão, para evitar malformações das patas dianteiras e problemas de postura.
Torção gástrica — Devido ao seu longo estômago, esta é uma das causas de morte desta raça. Não deve ter comida à disposição nem refeições muito fartas, sendo preferível doseá-las em maior número de refeições e seguindo um horário rigoroso.
Piso — Raças grandes exigem pisos ásperos, para que não escorreguem nem necessitem de posturas alternativas e incorrectas para conseguirem um equilíbrio estável. Um piso áspero permite-lhes ainda o constante desgaste das unhas, as quais, quando demasiado grandes, podem provocar- lhes feridas nos dedos.
Cama — Por serem muito pesados, podendo chegar aos 80 quilos, a cama deve ser macia para evitar a formação de calosidades nos cotovelos, joelhos e quadris.
Problemas ósseos — O seu crescimento rápido implica supervisionamento, de preferência do médico veterinário, a fim de detectar e prevenir problemas ósseos.
Acauteladas estas questões, está livre para desfrutar de um cão soberbo. Grande em todos os sentidos.
COLOSSAL
Curiosamente, o actual detentor do título de maior cão do mundo, George, é um Dogue Alemão norte-americano, que mede uns impressionantes 1,09 m (entre patas e ombros) e pesa 111 quilos.
Fonte: Instinto